Puff, puf
Sobre uma tempestade de neve que nem mesmo um palmo pode ser visto, caminhando em uma grande planície de neve. A tempestade t?o forte que mesmo as roupas mais grossas n?o afastam o frio.
Woosh
Os pequenos flocos eram laminas afiadas, cortando as partes desprotegidas, penetrando em minha pele, uma planície que n?o tinha nada a n?o ser a neve acumulada.
Um lugar onde nada irá crescer e nada poderá sobreviver, um lugar representando o fim de tudo.
Puff, puff, puff
Eu estava neste lugar, como uma pequena crian?a perdida procurando a saída.
—Urg
Fiquei de joelhos, as minhas pernas n?o aguentavam mais caminhar cedendo ao frio. Minha pele estava azulada, nenhum tra?o humano, como se eu tivesse me tornado uma estátua de gelo.
Eu podia sentir, o inverno n?o queria me deixar ir, seu desejo era que eu ficasse e me tornasse parte dele, mas eu tinha que ir.
Prooon, crack!
Um barulho de algo desmoronando parecia um grande grito de ressentimento e implora??o, era pegajoso como se dissesse que nunca me deixaria. Minha vis?o está obscurecendo…
CRACK! BROOON
Agora os barulhos t?o altos que despertariam os gigantes adormecidos soou por todas as dire??es. O ch?o come?ou a rachar e uma grande cratera se formou embaixo de mim.
Caí na escurid?o da cratera senti o mesmo olhar pegajoso, t?o profundo, dando a sensa??o de n?o ter fim.
"Ache-me ####### #### ###### completo #######"
Essa foi minha última lembran?a, da minha mente nebulosa.
—Aaaaah!
Acordei do pesadelo com um sobressalto, foi t?o repentino que Lucy despertou já em guarda.
—Haaaa, Haaa, haaaa
Minha respira??o estava rápida, meu cora??o disparado.
—Off
—Estou bem, só tive um pesadelo.
O sonho que sempre vinha quando era inverno, repetindo as mesmas cenas.
"O que era aquela voz?" Um sonho repetitivo mudou, com uma voz de uma crian?a distorcida pedindo para achá-la.
"Vamos pensar nisso depois" Mesmo que eu pense, n?o reconhe?o a voz. Com pensamentos complicados, acalmei a Lucy e voltei para a viagem.
Chegando ao destino ao meio dia, encontrei uma pequena vila, fuma?a preta saindo das chaminés e uma grande estrutura que possivelmente será o galp?o, e neve acumulada em certos pontos da vila. N?o havia cerca e só uma torre com sino junto de um guarda com roupas de neve comuns.
Diferente da cidade, n?o havia movimenta??o, se n?o fosse pelas chaminés e guarda o lugar parecia abandonado.
Aproximei lentamente, n?o demorou muito para sermos vistos pelo guarda, ele preparou o arco e gritou com ordenan?a.
—Quem é você!
—Sou o aventureiro, estou aqui pelo contrato!
Com minha resposta o guarda abaixou o arco, o mantendo em m?os e me observando.
—Esperem aí, irei chamar o chefe!
N?o demorou muito para o guarda voltar acompanhado. Era um senhor, aparentava chegar na velhice, seu cabelo estava passando para branco junto da barba, seu rosto come?ava a enrugar, sua express?o mostrava experiência de vida.
Eu estava um pouco longe da entrada ent?o o chefe teve que caminhar até mim.
—Você é o viajante? T?o jovem — Sua voz era grave e rouca.
—Sou Atalis rank F.
Nesse momento, seus olhos fixaram em Lucy mostrando suas dúvidas.
—Tive sorte.
Eu já estava cansado, das pessoas ficarem surpresas por um baixo rank ter um uma potra, ent?o comecei a dar pequenas respostas.
—Certo…
Vendo que a apresenta??o terminou, o Chefe se virou para a floresta à direita da vila.
—Você veio pelo trabalho de investiga??o correto?
—Sim.
Com a minha resposta, o senhor apontou para a floresta.
—Siga para essa dire??o. Você vai encontrar uma ravina, é de lá que os barulhos est?o vindo.
—Posso perguntar o que tem lá?
—Há nosso sustento em pequenas minas… os barulhos come?aram alguns dias atrás, e ficam mais frequentes a cada dia, as pessoas nem saiam de suas casas mais.
—Alguém desapareceu?
—Só um, David foi para as minas sozinho ontem e até agora n?o retornou.
Quando disse a última parte ele se virou para o vilarejo, pude sentir sua preocupa??o.
—Ainda é um segredo, recentemente ca?adores acharam rastros de animais que n?o s?o da regi?o. — Ele se virou para mim.
—Pe?o que entenda por n?o oferecer um lugar, n?o posso deixar as pessoas com mais medo, mas se você voltar com informa??es será atendido da melhor forma.
Um pedido sobre uma criatura desconhecida, provavelmente está em bando por fazer tanto barulho.
"As chances n?o est?o ao meu favor" Queria ver se o cliente pode oferecer mais informa??es que poderiam ajudar de diversas formas. Agora n?o tinha nada de útil.
This content has been misappropriated from Royal Road; report any instances of this story if found elsewhere.
Virei meu olhar para a floresta, que perdeu seu frescor pela neve branca. Estava claro, podia ver ao longe e eu já tinha todos os equipamentos necessários. N?o havia motivos para adiar.
—Você tem um mapa das minas? Se eu encontrar algo de interessante lá, ficará em minha posse.
Seu rosto voltou com um brilho, provavelmente ele pensou que recusaria o pedido. Eu já aceitei o pedido sabendo dos riscos e n?o ganharia nada se voltasse agora.
—N?o temos um mapa, pe?o para n?o levar os equipamentos deixados. — Sorri com a piada do chefe e comecei a minha busca.
A ravina era uma hora de viagem, relativamente perto para uma vila. O lugar em si era profundo tendo cem metros, no fundo havia várias estalagmites.
N?o existia nada de interessante, exceto um pequeno planalto perto da abertura e a floresta em volta. Ainda era dia para investigar, deixando Lucy para trás e fui para a ravina.
Havia uma espécie de escadas esculpidas nas laterais, espa?osa para uma pessoa transitar. Uma plataforma suspensa de madeira grossa mostrava-se forte o suficiente para levar uma grande quantidade de peso, para levantar essa plataforma um sistema de polias foi instalado na entrada da ravina nela outro sistema que usa alavanca parecia ser a trava.
"Parece ser manipulada manualmente" Terminando o estudo da regi?o, comecei a descer as escadas, canalizando aura nos meus sentidos para torná-lo mais sensíveis. Isso gastaria aura, mas n?o deixaria ser pego desprevenido.
Barulho dos meus passos ecoaram pela ravina, criando uma atmosfera sinistra. Assim que cheguei no que parecia ser o primeiro local de escava??o, retirei a minha espada e acendi o lampi?o na minha cintura.
A luz do lampi?o era fraca, apenas o suficiente para iluminar ao meu redor. Lembran?as obscuras esquecidas vieram como um pequeno flash. Entrei na mina com a posi??o de guarda, meus sentidos já aprimorados à flor da pele.
Dentro da mina, encontrei itens de minera??o, como carrinhos nos trilhos e picareta, que foram deixadas espalhados. Descendo o corredor me deparei com uma bifurca??o.
"N?o sei qual dos dois leva mais fundo"
—Certo, espada, você decide. — Deixei minha espada em pé e soltei
Clank
—Ent?o vamos para a esquerda.
A partir deste ponto comecei a deixar pequenas marca??es nas paredes para poder achar o caminho da saída.
E passando alguns minutos, fui impedido de continuar por causa do caminho bloqueado por pedras, aparentemente houve um deslizamento
—Vamos descansar aqui.
Já gastei uma boa parte de minha aura, isso me deixou mais cansado do que imaginava.
"Pelo tempo posso manter por sete minutos." Antes podia manter a mana circulando pelo meu corpo por 14 minutos desde que n?o gastasse em lutas, mas aura sendo mana concentrada esse tempo ficou pela metade em troca de ter mana sobre meu domínio.
—Agora vamos ver o tempo de recupera??o.
Eu n?o tinha nada para recuperar, aura gastava rapidamente e o cansa?o mental n?o era leve também.
Os Poderes derivados de mana podiam se recuperar naturalmente, existe outras formas para recuperar mana como absorver mana no ar e quando totalmente recuperado pode usar essa técnica para aumentar a quantidade de mana dentro do corpo.
Sentei encostado na parede e comecei a absorver mana em minha volta a taxa de convertimentode mana em meu corpo era péssima, como se precisasse de um barril para fazer um mísera gota de aura.
Descansei o que seria 25 minutos minha aura se recuperou totalmente, uma grande quantidade de tempo para produzir resultados.
—Tsk, Preciso comprar uma técnica de medita??o.
Em algumas lojas de treinamento ou até alguns espadachins vendem técnicas de medita??o o problema era o pre?o que chegava ser de pratas grandes ou ouro dependendo do tipo de medita??o e outro problema seria a qualidade ent?o era difícil de conseguir uma técnica decente.
—Skeeeeeerr
Levantei em guarda com o uivo encarei a escurid?o que o lampi?o n?o iluminava.
—Desgra?ado, acha que vai me expulsar só com isso, vai sonhando.
Continuei a investiga??o nas minas sombrias. Explorei as minas por dois dias e n?o encontrei nada que fosse interessante os barulhos de rosnados ecoavam pelas minas, mas nada aparecia, continuei explorando com cautela e tentando seguir os barulhos.
Agora eu estava no terceiro local que era uma caverna tinha sinais de transformar esse lugar em mina por todas as partes até uma escada com claro sinais de desgaste nas partes mais íngremes.
Craak
—Porra, n?o sou feito para isso. — A cada passo a madeira rangia amea?adoramente de quebrar a qualquer momento e quanto mais descia mais escuro ficava limitando minha vis?o para ver nada a n?o ser única fonte de luz do lampi?o.
Continuei por mais 10 minutos até encontrar a escada quebrada e o ch?o a queda parecia ser de 4 metros
—Caminho sem volta.- Dizendo isso amarrei uma corda no corrim?o e pulei, n?o tinha mais lugar para explorar e estava precisando de dinheiro
Encostando no ch?o já comecei a olhar em volta, só existia uma passagem e um cheiro podre permeia no ar, parecia que finalmente encontrei algo. Aumentei a chama do lampi?o e comecei a seguir o cheiro. Estando quase entrando na caverna…
—Skeeeeeerr!
Algo parecido com um rato do tamanho de um cachorro pulou no meu pesco?o. Reagi ao ataque jogando meu corpo para a direita.
—Skeer
Foi nesse momento que outro rato apareceu pulando no meu peito, n?o tive espa?o para desviar só pude bloquear com a espada.
O impacto do rato contra a espada foi forte para tirar o f?lego, com a espada na garganta ele tentava me morder. Recuperei o f?lego, torci a espada apontando a parte da lamina pro pesco?o e puxei o suficiente para fazer o corte.
O rato parou de morder para gritar, aproveitei a chance empurrei a lamina para esquerda, agora livre levantei e entrei em posi??o, concentrando aura na vis?o.
Com meus olhos aprimorados para ver a mana o mundo em minha volta ganhou um estranho tom azul acinzentado com duas silhuetas dos ratos e uma delas vinha na minha dire??o. Preparei para fazer um golpe e na hora que o rato pulou desviei um pouco para direita e cortei o lado direito.
—Skiiiiiiiii
Senti uma resistência impressionante, mas isso n?o impediu de cortar todo o lado direito da criatura. Sem perder tempo virei atacar novamente. O rato estava caído tentando se levantar, n?o dei tempo e fiz um estoque nas costas, a espada teve mais uma vez resistência no come?o.
"A pele n?o é brincadeira" O rato ainda n?o tinha morrido e com medo de ser atacado pelo segundo, soltei a espada e me preparei para atacar a qualquer momento.
Com a vis?o de mana o n?o pude ver nenhuma outra silhueta o rato devia ter morrido ou fugido, sem inimigos próximos concentrei no outro rato que agora estava morto.
—Haaaa, isso me surpreendeu.
N?o esperava receber um ataque surpresa e fui descuidado até certo ponto por n?o usar aprimoramento de sentidos, a armadura ficou arranhada e n?o tinha ferimentos.
"N?o vamos repetir" Agora que identifiquei o monstro está na hora de voltar. Estava noite quando saí eu fiquei cansado por carregar dois cadáveres pesados, n?o gastei aura na luta mas o caminho compensou isso.
Saindo da ravina encontrei Lucy adormecida a poucos metros quando me aproximei ela acordou com a guarda levantada sentindo o cheiro de sangue, ela olhou em volta freneticamente e só se acalmou quando me viu.
—Desculpe, tomarei mais cuidado na próxima vez.
Acalmei a pequena potra e acendi a fogueira e com luz desmantelei os cadáveres, a pele era dura n?o cortava facilmente e parecia conter alguns pequenos fragmentos de pedra, a carne n?o tinha muita gordura sendo principalmente músculos os ossos pareciam ser comuns, outros subprodutos eram dentes e garra que n?o tinham valor. Provavelmente a coisa mais cara desses ratos era a pele que daria uma boa armadura de nível baixo.
Guardei os subprodutos e apoiei minhas costas em Lucy e comecei a costurar minha armadura, o dano n?o foi grave pelo menos, sendo só alguns arranh?es pequenos. O barulho familiar da fogueira relaxava enquanto costurava.
Fui para vila no dia seguinte, o chefe da vila veio ao meu encontro e quando soube que identifiquei as criaturas me levou para sua casa. Mostrei a pele como prova, o Chefe ficou visivelmente surpreso.
—Ratos de pedra.
—Você conhece?
—Claro, comuns na regi?o como pequenas pragas, nunca vi um desse tamanho.
—Pequenas pragas?
—Encontramos frequentemente perto das minas e do armazém todos s?o pequenos, a única coisa diferente dos ratos comuns é que comem pedras ou minérios.
"Isso n?o é um surto de crescimento exagerado?" Uma criatura pequena ficar do tamanho de um cachorro já é perigoso agora isso acontecendo com ratos…
"Nunca ouvi isso."
—Chefe, vocês encontraram algo nas minas?
Com minha pergunta ele inclinou a cabe?a —Como assim?
—Digamos algo como minérios contendo mana.
Pelo que ouvi de outros mercenários só existem dois motivos para uma criatura crescer, um um bando maior tomou controle ou algo que contém mana come?ou habitar no corpo das criaturas.
—N?o, essas minas s?o de carv?o comum, n?o. houve casos de carv?o mágico que eu saiba.
"Ent?o o que causou esse surto?"
—Bom, isso n?o importa agora, esses ratos n?o s?o fortes, ent?o vamos fazer um trato com o chefe.
O chefe olhou para mim parecendo já saber o ponto que queria chegar.
—Vou cuidar desses ratos e em troca quero que aumente a recompensa para 3 moedas de prata pequenas sem pechinchar.
A recompensa base era uma moeda pequena de prata e se entregasse o monstro ganharia 5 moedas de cobre. Agora que eu sabia que tipo de criatura era e seu nível, n?o podia perder essa chance.
—Posso pensar até amanh??
—Desde que forne?a um quarto.
Minha oferta n?o era cara nem barata até poderia ser aceita de imediato, o problema era meu próprio rank n?o ser muito alto. Fui levado para uma casa vazia só tinha uma cama e alguns utensílios para cozinhar, deixei Lucy do lado de fora e entrei para descansar.